quarta-feira, 21 de abril de 2010

O Fogo da Loucura - Cultos, Sociedades e Maníacos devotados a Chama Imortal


Culto Nestariano de Cthugha
(trecho extraído do Keepers Compendium, vol. 1 por André Bishop)

Embora Cthugha seja venerado por muitos cultos primitivos como uma força elemental da natureza, o culto de Nestar reverencia Cthugha como um Deus verdadeiro e uma força espiritual.
Nestar viveu na Pérsia, durante o século VI, um fundamentalista zoroastriano a auto proclamado profeta. Zoroastrismo é uma forma de hinduísmo retirado do Vedas, uma teologia dualística que visualiza as forças do bem e do mal em uma guerra contínua. Pouco antes do fim dos tempos, uma grande guerra será travada entre essas duas forças e caberá aos homens equilibrar essa balança. O fogo é venerado pelos zoroastrianos como o símbolo de Ahura Mazda - a força do bem - mas todos os elementos incluindo ar, água e terram são considerados sagrados. Os ensinamentos de Zoroastro (também chamado de Zarathustra) são encontrados no Avesta.
Nestar, o Herege

Nestar foi um asceta que desejava o retorno de sua religão aos princípios fundamentais. Ele desprezava o materialismo do mundo e denunciava ruidosamente a aristocracia persa, bem como os templos ricamente decorados e os sacerdotes gordos. Sua abrasiva pregação eventualmente incomodou os políticos e religiosos estabelecidos e eles responderam banindo Nestar e seus miseráveis seguidores. O grupo seguiu para montanhas próximas, estabelecendo um humilde templo que negava totalmente o materialismo, aquisição e ganho financeiro.

Por vinte anos os refugiados se esconderam nas montanhas enquanto Nestar estudava antigos textos e traçava seus planos. Quando ele sentiu que seus seguidores estavam fortes o bastante, e ele mesmo preparado para trazer aquilo que chamava de "chama purificadora", ele levou seu povo de volta à ciadde. Armados com quaisquer armas que pudessem encontrar, eles planejavam eliminar a guarda, enquanto Nestar invocaria o "fogo dos céus" para queimar os templos e os sacerdotes hereges, purificando a cidade da presença dos ricos.

O ataque foi mal planejado e os Nestarianos foram rapidamente contidos - o próprio Nestar estava entre os mortos durante o confronto. Muitos dos seguidores que não foram mortos acabaram capturados e posteriormente executados, mas alguns conseguiram escapar retornando às montanhas. Eles reuniram tudo o que o Profeta Nestar havia escrito, suas cartas contendo o saber de suas pregações e suas profecias de um tempo em que "o mundo queimaria". Um novo mobed (líder) foi apontado, e os nestarianos continuaram praticando suas crenças em segredo do resto do mundo.

O Culto se espalha como fogo

Por volta do século X o Zoroastrismo havia se tornado uma distinta minoria em meio a população muçulmana. Muitos migraram para Bombay na India ocidental onde hoje são conhecidos como Parsees. Membros do Culto devotado a Nestar também fizeram a peregrinação para a India em meio a população de imigrantes. Vivendo em uma comunidade misturada e não mais isolados, alguns membros começaram a ser tentados pelo materialismo, riqueza e poder, enquanto outros se mantiveram fiéis ao seu severo voto de pobreza. Disputas entre facções surgiram e o culto foi fraturado em vários sectos diferentes.

O corpo principal de seguidores permanceu na India sob a liderança de seu Mobed. Um segundo grupo imigrou para a Inglaterra, e depois para os Estados Unidos por volta de 1900. Há especulações quanto ao envolvimento do Culto no incêndio que consumiu San Francisco após o terremoto de 1906, embora essa devastação possa ter sido acidental. Outro grupo fragmentado, teria migrado para o norte, através do Afeganistão até se estabelecer na Rússia, e muitos outros sectos existiriam clandestinamente. Embora todos os sectos mantenham o mandamento da pobreza, mais do que alguns influentes cultistas se deixaram seduzir pelo brilho da possessões, levando a interpretações dos ensinamentos de Nestar.

Assim como seus antepassados zoroastrianos, os Nestarianos rezam cinco vezes por dia e a cada ano tomam parte em sete diferentes celebrações. Uma dessas celebrações é devotada ao fogo e durante o ritual ocorrem horrendos sacrifícios humanos, de indivíduos queimados vivos por Vampiros de Fogo.

Muitos Nestarianos também manipulam vampiros de fogo como um teste de fé similar ao que é praticado pelos cultos cristãos que manipulam serpentes no sul dos Estados Unidos. Como resultado, vários Nestarianos possuem horríveis cicatrizes de queimaduras.

Magia de Fogo

A magia dos Nestarianos envolve invocar e manipular o Grande Antigo, Cthugha bem como outras entidades de fogo como Fthagghua. Vampiros de Fogo também sáo de extrema importância. Chamados de Crianças de Cthugha, eles sáo tidos como pequenas partes do próprio Deus. Todas criaturas são descritas como seres espirituais, com nada que se assemelhe a inteligência humana. Muitos são conduzidos a presença humana, através de rituais e evocações cuidadosamente executadas para evitar acidentes. Todas essas criaturas segundo a crença emanam da estrela Formalhaut, "a boca do peixe", em árabe. Instruções para rezar são também ensinadas, assim como os rituais para sacrificar vítimas para os vampiros de fogo.

Os Nestarianos também detém um vasto conhecimento de venenos e drogas. A Infusão de Phan é particularmente utilizada. Os segredos sobre essa e outras drogas são encontrados nas Cartas de Nestar mas o procedimento requer um rolamento de Occult (Alchemy) para ser compreendido. (fim do trecho retirado do Keepers Compendium)

Cultos de Cthugha ao redor do mundo:

A fragmentação do Culto de Nestar e a diáspora através do mundo pelos cultistas deu origem a uma série de facções e vertentes distintas cada qual com seus pincípios e crenças. Em comum eles guardam a adoração a Cthugha como seu Deus e as criatuars de Formaulhaut como seus emissários divinos.

O Culto da Chama Viva

Um dos mais antigos cultos em atividade no mundo, os cultistas da Chama Viva atuam no Norte da África, tendo como base a cidade de Marrakech no Marrocos. Até meados do século XIX o culto mantinha um caráter sigiloso, com rituais praticados exclusivamente em áreas montanhosas ou desérticas isoladas a fim de evitar perseguições por parte da maioria muçulmana.

Por tempos, o culto chegou perto de se extinguir, contudo no início do século XX ele encontrou novos seguidores explorando o clima de rebelião política no país.

Recrutando jovens rebeldes que desejam a independência do Marrocos (colônia Franco-espanhola), as fileiras do Culto da Chama Viva cresceram a níveis alarmantes. A maioria, no entanto não faz idéia no que se envolveram e servem como peões nos planos do culto.

Os líderes da Chama Viva patrocinam terrorismo e assassinatos, sobretudo contra alvos estrangeiros como hotéis e bases militares. Seus planos, no entanto, são mais ambiciosos, envolvendo a destruição de todas as mesquitas e templos religiosos no país e o estabelecimento de uma Religião Nacional conforme os ensinamentos de Nestar.

A Confraria do Incêndio

Formado nos Estados Unidos no século XIX, a Confraria não é exatamente um culto, mas um grupo de perigosos piromaníacos que provoca incêndios e desse modo venera Cthugha.

A Confraria não possui uma estrutura formal, seus membros se encontram de tempos em tempos e planejam incêndios conforme sonhos supostamente inspirados por Cthugha. Uma vez reunidos, eles preparam sua ação nos mínimos detalhes. Há rumores que a confraria seria responsável por alguns dos grandes incêndios que consumiram cidades americanas como o Grande Incêndio de Chicago em 1871.

Em meados de 1990, o Culto teria conseguido infiltrar membros em corporações de bombeiros a fim de provocar incêndios ainda mais terríveis e realizar sabotagens que evitassem deles serem apagados. Há rumores de que os graves incêndios florestais na Califórnia em 2008 tenham sido planejados pela Confraria, contudo ainda não se tenha confirmação. O FBI tem investigado essas ações, bem como o Delta Green.

A Irmandade do Fogo Eterno

A Irmandade surgiu na Espanha durante a Inquisição Católica no século XVII. Há suspeitas que membros proeminentes na Igreja da época faziam parte desse grupo que via Cthugha como uma imagem divina, talvez o Próprio Criador.

A Irmandade atuou nos bastidores da Inquisição e segundo alguns era forte o bastante para controlar os notórios Altos de Fé onde os hereges eram queimados vivos (para alguns uma forma de realizar sacrifícios). Os Irmãos do Fogo Eterno também possuíam uma ordem militar que obteve prestígio na corte espanhola. Complexos rituais envolvendo adoração ao fogo eram ensinados aos membros mais confiáveis, embora muito do culto seguisse uma doutrina cristã.

Nos anos 30, a Irmandade experimentou um novo fôlego, ressurgindo nas camadas militares que travaram a Guerra Civil Espanhola (1936-39) contra os Revolucionários. Como ordem militar, a Irmandade ainda apresentava rituais e tradições semelhantes ao modelo dos religiosos inquisidores. Na década de 50, a Irmandade teria exportado sua ideologia e se infiltrado no México. Já nos anos 70 há rumores de que a Irmandade operou em nações sob o jugo de ditaduras militares como Chile e Argentina.

O Culto do Pilar Flamejante

A facção mais extrema do Culto de Nestar se fixou nas montanhas do Afeganistão e na Fronteira com a Rússia. Nomeando sua facção como o Pilar Flamejante, esses cultistas se estabeleceram em áreas isoladas operando em segredo e mantendo sua estrutura ao longo dos séculos.

Partidários de uma limpeza étnica e moral, seus membros são maníacos inteiramente devotados a destruição dos bens materiais, de outras crenças e de hereges. O culto se espalhou pela Rússia e pela Pérsia mas foi vigorosamente combatido pelo Império Russo e pela população islâmica. Chegando perto de desaparecer, o Culto retornou às cavernas no Norte do Afeganistão.

No século XX, o culto mudou sua atitude infiltrando-se em outros grupos a fim de fortalecer a sua base. Nos anos 80, o Pilar de Fogo enfrentou a Invasão Soviética ao Afeganistão (1979) usando magia e terror.

Membros do Culto tiveram participação na formação do Talibã, ocultando suas reais motivações sob uma faceta de doutrina religiosa ortodoxa. Alguns membros foram capturados e expostos como hereges e devidamente combatidos pelo regime que temia os cultistas.

Com a queda dos Talibãs, o Pilar de Fogo viu uma nova oportunidade para sair das sombras e atuar uma vez mais na fragmentada sociedade afegã. Seus membros tentam se infiltrar entre as forças de coalizão do ocidente, garantindo assim uma duradoura presença no futuro do país.

2 comentários:

  1. Seria interessante relacionar tais cultos aos templos da chama eterna, se não me engano no Azerbaijão, onde a presença de gás natural muito peto da superfície faz com que surjam chamas do chão.

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  2. Idéia bem legal essa Ricardo.

    Creio que o culto centrado no Afeganistão poderia ter se espalhado além da fronteira agindo no Azerbaijão também.

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