sábado, 21 de setembro de 2013

Os Fiéis Servos de Daoloth - O ancestral Culto da Luz Sagrada


Pessoal, só agora me dei conta de que ficou faltando um artigo final na sequência de artigos a respeito do Deus Exterior Daoloth. Trata-se do Culto da Luz Sagrada, um grupo de cultistas devotados a explorar os segredos do Senhor das Dimensões e Planos.

Optei nesse artigo, pelo estilo presente no capítulo sobre Cultos do livro básico de Rastro de Cthulhu com o Histórico, seguido da Distribuição (onde o culto atua), Ganchos (formas de integrar o culto em uma campanha) e Ações (com mais algumas ideias para ilustrar esse bando).

Bom proveito!

HISTÓRICO:

Daoloth foi amplamente venerado na Terra durante o período anterior a Atlântida ser engolida pelas águas. Nessa época ele era chamado de D'Ita o Deus dos astrólogos e videntes que concedia visões e profecias. Fragmentos da teologia atlante sobreviveram em fragmentos de papiro e artefatos de pedra ancestrais que ainda hoje são guardados como textos sagrados por cultistas ou estão em coleções e museus ao redor do mundo. 

Após a destruição da Atlântida, os sacerdotes sobreviventes carregaram os segredos de D'Ita para outras terras, estabelecendo-se principalmente no Egito e Grécia. O Culto ressurgiu nas Terras do Nilo, onde o nome do Deus foi trocado para Ma'at, e muitos dos rituais foram modificados até chegar perto de se converter em outra doutrina. Na Grécia durante o período clássico, os primeiros seguidores chamaram D'Ita de "Portador da Luz Sagrada", aquele que iluminava a verdade das sombras da ilusão.

O berço do culto
O Culto desapareceu e reemergiu várias vezes ao longo da história. As primeiras seitas gnósticas da cristandade provavelmente contaram com cultistas de Daoloth em suas fileiras. Um pequeno grupo formou o primitivo "Culto da Luz Sagrada" em Roma na época do Imperador Constantino (306 d.C). Essa seita foi brutalmente reprimida e seus membros tratados como uma facção herética. Muitos dos seguidores confundiam a noção do Deus Cristão com Daoloth, acreditando que eles eram a mesma entidade e que Cristo era um poderoso vidente que conseguiu vislumbrar a face do Deus e emergir incólume. Cogita-se inclusive que textos expurgados da Bíblia tenham sido escritos por membros dessa seita que foram posteriormente queimados por seu posicionamento blasfemo.

Novamente, porções desses documentos sobreviveram, levados para o Oriente Médio onde o culto desapareceu uma vez mais sufocado por outras religiões. Coube aos templários recuperar esses manuscritos durante a sua permanência na Terra Santa e estudar sua origem o que levou ao ressurgimento do Culto da Luz Sagrada dentro da ordem. Denunciados em 1307, vários desses pergaminhos foram apreendidos por Ordens Religiosas ou destruídos por seus algozes.

O Pentagrama dos Planos
Os templários envolvidos com a Luz Sagrada estudaram os mistérios de Daoloth e aprenderam profundos mistérios: maneiras de viajar através de dimensões, poderosas magias e mais importante, meios de invocar seu Deus. Para tanto, eles fabricaram artefatos chamados Pentagrama dos Planos que lhes protegiam durante o ritual de invocação. Em nome de Daoloth ergueram um santuário secreto, o Templo dos Véus, em algum lugar da Palestina. Fundaram ainda várias casas espalhadas pelo velho mundo.  

A maioria desses cultistas acabou enlouquecendo por completo, seus líderes acreditavam que a iniciação nos segredos da seita dependia de contemplar "a face de Deus" e invocar Daoloth fora do Pentagrama protetor. Liderados por loucos desvairados, a Ordem tentou um massivo ritual em 1509 em uma cerimônia realizada na cidade de Constantinopla. A invocação buscava transcender a humanidade por inteiro, fazendo com que a forma de Daoloth surgisse sobre a face da Lua. Os planos foram frustrados pela ocorrência de um terremoto devastador, que os cultistas interpretaram como um aviso de seu Deus para cancelar o plano.

Uma vez mais o Culto desapareceu, surgindo uma vez mais apenas na França no início do século XVIII. Seus membros eram dissidentes dos templários que localizaram documentos da Luz Sagrada perdidos há séculos. Usando essas informações conseguiram localizar o Templo dos Véus de onde recuperaram artefatos esquecidos e onde passaram a invocar Daoloth uma vez mais.

O Culto aprendeu a ser mais cuidadoso com seus rituais de invocação, determinando que o semblante de Daoloth só pode ser contemplado pelos sacerdotes de grau mais elevado. Todos os demais rituais de invocação são realizados na completa escuridão e sob a proteção do Pentagrama dos Planos. Os sacerdotes vestem trajes metálicos e portam estandartes cristalinos em suas cerimônias, adentrando planos e dimensões em busca de respostas para suas muitas perguntas. Por algum tempo eles cogitaram uma aliança com os Mi-Go, mas foram duramente repelidos, tratados como heréticos pelos Fungos de Yuggoth que reprovaram seus métodos de adoração.
O Templo dos Véus conforme retratado em um livro do século XVIII
Curiosamente, os cultistas da Luz Sagrada não são malignos em seus intentos. Eles acreditam que Daoloth é o caminho para a iluminação e o conhecimento pleno dos segredos do cosmos. Os membros de grau mais elevado olharam através do véu, e alguns deles que resistiram às visões perturbadoras, redigiram textos sobre as verdades que contemplaram. Estes textos talvez contenham a descrição de alguns dos mais bem guardados mistérios cósmicos. Eles são mantidos em segurança na Biblioteca do Templo dos Véus, e só podem ser lidos por alguns membros.

DISTRIBUIÇÃO: 

O centro do culto é sem dúvida o Templo dos Véus construído pelos Templários em algum lugar da Terra Santa. É lá que ocorrem os rituais mais importantes e onde Daoloth costuma ser invocado pela congregação. Pouco se sabe a respeito da organização do culto, mas supõe-se que exista uma hierarquia bem estruturada entre seus membros. Os sacerdotes videntes ocupam o grau máximo e são aqueles que conduzem os rituais, abrem os portais e realizam as invocações. Existem sedes do culto em vários lugares do mundo, as principais sedes da Luz Sagrada na Europa se estabeleceram em Roma, Zurique, Frankfurt e Estocolmo e contam com vários membros. Sedes menores foram fundadas na América, em São Francisco (1896) e Chicago (1900) e existem planos para que novas sedes sejam construídas. Estas sedes são, para a maioria das pessoas, sociedades de estudo nos moldes teosofistas muito em voga no final do século XIX..

GANCHOS:

O Culto da Luz Sagrada está sempre em busca de conhecimento e seus membros podem ser encontrados no rastro de artefatos e tomos com mistérios esotéricos. Cultistas também podem estar seguindo profecias que indiquem um ou mais investigadores como peças chave em alguma conspiração ou na desarticulação da mesma. Nesse sentido, os cultistas de Daoloth podem surgir como aliados, ajudando a compreender uma situação ou até suprindo o grupo com informações valiosas. As sedes do Culto, são consideradas casas de conhecimento e estudo místico, são terreno onde pesquisadores do oculto sem dúvida adorariam circular. Investigadores podem ser frequentadores de uma sede, tendo acesso a biblioteca arcana ou até participar de palestras, em que seus conhecimentos ou comprometimento de alguma maneira atraem os chefes do culto. É possível que um grupo de investigadores acabe sendo arrastado para a longa guerra fria existente entre os Mi-Go e o Culto da Luz Sagrada, sobretudo se o grupo em algum momento tiver cruzado o caminho ou frustrado os planos dos fungos malignos.

AÇÕES:

O Culto costuma agir discretamente, seus membros são pessoas com formação acadêmica; pesquisadores, arquivistas, bibliotecários com interesse pelo oculto e não cultistas maníacos. Em geral, eles não são hostis ou violentos, exceto quando alguma profecia determina que uma medida drástica precisa ser tomada. Após a segunda guerra, por exemplo, o culto agiu nas sombras para ajudar na formação do estado de Israel, a fim de proteger o Templo dos Véus. Eles estiveram envolvidos em atividades terroristas e auxiliaram o bombardeio de hotéis e alvos de autoridades coloniais.

Mas ações violentas são bastante raras. Cultistas por vezes realizam expedições e jornadas através dos planos dimensionais, mapeando outras realidades em que a história seguiu um curso diferente. Sabe-se que em várias realidades alternativas os Mythos triunfaram em seu intento com as estrelas em seu lugar certo. Explorar uma dessas realidades alternativas pode ser igualmente fascinante e perigoso.

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